08 abril 2011

Pro Mittere

É longa a manhã para um homem cuja pele é promessa. É uma espécie de desvio, de rio atalho. Um atoleiro azul. Nos outonos é pior: a beleza clichê, "olha que lindo", dizem. E a manhã segue alongada pela tarde, pelo crepúsculo, pela noite imperativa das estrelas.




O homem é apenas um futuro, um arcabouço, um pro mittere que se desdobra infecundo entre a esperança e a ausência do milagre.





Ilustração: Goya

7 comentários:

Elimacuxi disse...

Pele de promessa é uma imagem que me comove, Rubens. Todo o texto, aliás, é de uma beleza que, para além do clichê, me aprisiona nesse "atoleiro azul'.
Obrigada por mostrar essas estrelas.

L. Rafael Nolli disse...

Estou certo disso!
Abraços

MARILENE disse...

Já deve ter lido aqui, por inúmeras vezes, que o conteúdo de seu blog é de uma beleza ímpar.
Pode colecionar essas manifestações
porque, certamente, são legítimas.

Maeles Carla Geisler disse...

cada manhã a ti pertence.

bjs
saudades

Priscila Lopes disse...

esse é de dentro da carne; como gostei! como gostei!

tá em Floripa? marcar um Iega qualquer hora...

beijão!

V, disse...

Primeira vez que venho aqui hospedar-me e acho que ficarei por um tempo.

V, disse...
Este comentário foi removido pelo autor.