13 fevereiro 2017

azuis puros

o mundo inunda-se imaturo
é como se fosse um palco tenro
de ruínas irmãs e imundas
são casas espraiadas nos avessos
praias e presépios ao vento
carnavais e canaviais
feitos em doçuras dançantes
em contornos e entornos
de carne e sombra
o mundo é uma fístula aberta
nesses azuis puros demais
.
.
Rubens da Cunha
Verão - Recôncavo - BA

cruzes

o acaso assoma-se
e soma
aslfato
sangue
atropelos
desordens de ossos
último respiro
depois
a morte amadeirada das cruzes
a indiferença dos acostamentos
e o silêncio desencostado dos passantes