tempo demais sem voz
vento a mais
corpo trágico porque frágil
volteio por estas bandas
de quase mês sem nada dizer
não esqueci o mistério
apenas tropecei na luz
28 setembro 2006
12 setembro 2006
Da Série Animais no poeta - Cavalo
para m.
ainda que não goste.
a inquietude comove
remove
galope
o olhar soslaia
medos e poros
sou
assédio
limpeza de cascos
sela
cavalo mesmo
que mais não quero
® Rubens da Cunha
05 setembro 2006
Ontem:
Aguia perdida,
abismo inverso,
texto jogado fora.
O ontem não se recupera,
não retorna,
não permanece além da memória.
O ontem se definha em antesdeontem.
Costuma se agarrar nas rugas,
nas rusgas, no remorso, na raiva,
o ontem tem muita vida na vida humana.
Cada boca que pronuncia:
“no meu tempo é que era bom”,
“isso, se fosse no meu tempo não aconteceria”,
faz com que o ontem germine imperativo,
acredite-se necessário,
faz dele espécie de sustentação invisível do viver.
É como se fôssemos os verbos
que conjugamos no pretérito.
Melhores porque acontecidos.
abismo inverso,
texto jogado fora.
O ontem não se recupera,
não retorna,
não permanece além da memória.
O ontem se definha em antesdeontem.
Costuma se agarrar nas rugas,
nas rusgas, no remorso, na raiva,
o ontem tem muita vida na vida humana.
Cada boca que pronuncia:
“no meu tempo é que era bom”,
“isso, se fosse no meu tempo não aconteceria”,
faz com que o ontem germine imperativo,
acredite-se necessário,
faz dele espécie de sustentação invisível do viver.
É como se fôssemos os verbos
que conjugamos no pretérito.
Melhores porque acontecidos.
® Rubens da Cunha
Assinar:
Postagens (Atom)