08 abril 2011

Pro Mittere

É longa a manhã para um homem cuja pele é promessa. É uma espécie de desvio, de rio atalho. Um atoleiro azul. Nos outonos é pior: a beleza clichê, "olha que lindo", dizem. E a manhã segue alongada pela tarde, pelo crepúsculo, pela noite imperativa das estrelas.




O homem é apenas um futuro, um arcabouço, um pro mittere que se desdobra infecundo entre a esperança e a ausência do milagre.





Ilustração: Goya