A menina puxa a barra do vestido da mãe que bastante plástica prepara um bolo de cenoura.
_ Vê, mãe, tenho que te contar.
…
_ Ora, Liliana, não fale dessas coisas! Você é uma mocinha, mocinhas não falam essas coisas!!
Outro dia, a menina de cabelo curtíssimo picotado às pressas com a tesoura sem ponta do estojo escolar.
_ Vê, mãe, agora sou um mocinho. Deixa eu te contar…
Olga Klaus
Li aqui, depois do susto trouxe para cá
26 setembro 2008
23 setembro 2008
19 setembro 2008
16 setembro 2008
12 setembro 2008
há tormentos lacrados em meus olhos
grita um igual longe daqui
meus olhos também lacram
logram o dia e vasculham
noites
foices
coices de mula
misérias tantas chovem
movem meu sangue
na direção
do silêncio falido
caído lúcifer
brincando de roda e inocência
10 setembro 2008
Palavras Emprestadas 11 - Gilles Deleuze
Escrever é um fluxo entre outros, sem nenhum privilégio em relação aos demais, e que entra em relações de corrente, contra-corrente, de redemoinho com outros fluxos, fluxos de merda, de esperma, de fala, de ação, de erotismo, de dinheiro, de política, etc.
In: Conversações, Editora 34.
07 setembro 2008
Breve conto de maldade 3 - Viagem
p/ Pimenta
Ele viajaria à noite. Europa. Trabalho.
Eu ligo, pode deixar. Ela desacreditou. Homens locais nao ligam. Este transoceânico ligaria? deu o número. Cedeu à velha e ditadora esperança feminina. Ele repetiu, chegando e me instalando eu te ligo. Ela vislumbrou verdade nos olhos dele. O chicote da esperança fustigava-lhe as carnes.
Dois dias depois.
Já deu tempo. Avião nenhum caiu. Claro que não liga. Estúpida. Seria a última noite de espera. Em casa, sozinha. Banho demorado. A mão dele parece que nao viajou. Estão ali, mão e língua, no entre as pernas, fazendo o que deve ser feito em uma mulher.
Dorme. Não Dorme. O telefone ao lado. Última noite de espera. Calcula o fuso horário. Já tinha tido tempo de se instalar. Resolveu se despedir. Melhor, matá-lo.
Trinta e três dias depois.
Insônia. Telefone ao lado da cama. Um fantasma vem lhe penetrar todas as noites. Sentada à janela, a esperança ri com um chicote nas mãos.
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