23 março 2011




a fera que me come as carnes

não tem feriado: tem fome

e tem fácil
meus pedaços nobres
a serem oferecidos às visitas

e meus miúdos
para o ensopado da segunda-feira



Ilustração: Lucian Freud

8 comentários:

Ph disse...

Casou bem a imagem de apatia da personagem retratada na pintura com esse eu-lírico.
Abraço!

Elimacuxi disse...

Gosto muito da sonoridade de fera/ feriado/fome/fácil/oferecidos/feira. Leva à ferida, implícita e exposta que o poema traz. Valeu Rubens!

Gabriel Gómez disse...

Muito bom... Gostei também de atualizar em tão pouco tempo... Tomara que dure... A poesia, sempre e teus post...
Abraço!

Anônimo disse...

Suas escritas são quase que sagradas. Perfeitas!

Graça Carpes disse...

É fato que tudo, aqui... É um banquete... Em letras.
:)

Mara faturi disse...

E aqui, a poesia é farta; rico alimento caríssimo!!!!
Grande Bjo

Kaic disse...

Opa, Rubens. Tudo bom? Estou chegando agora e conhecendo o seu trabalho. Senti sua poesia como uma feridinha que dá alívio em coçar. Hehe. Quanto ao poema, eu chamo essa fera de TEMPO.

Saudações!

Viviane disse...

E por acaso existiria missão mais nobre do que a de servir?
Carne saborosa...rsrsrs