Manhã clara
no Estreio de Hormuz.
O calígrafo eremita Abdul-Samad,
pela última vez,
grafou o caminhar na pedra.
Entrou no mar
até que a água lhe chegasse ao pescoço.
Gritou-se vazio, renunciado:
- aqui finco meus pés
o resto do corpo
entrego a ti, Alláh!
Depois disso,
as manhãs ficaram bem mais claras
no estreito de Hormuz,
porque
banhadas em sangue e entrega
para sempre
4 comentários:
Rubens.. putz.. que boa fase.. esse ta foda também.
adoro. manhãs claras e entregas.
um beijo
um texto límpido e de rara beleza interior. escrita primorosa, Rubens. abraços.
bah...
gostei tbm...
abrasss
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