mulher de costados largos
alimenta teu bezerro de barro
tua decantada cria
mitiga-lhe a sede
mantém o sebo de suas costas
na estrebaria
no cocho
onde tua baba
se mistura ao sal e capim
onde tua cola
espanta varejeiras
e teus cascos
afundam na lama dos dias
eia mulher
vanglorie-se
teu terneiro é todo
vontade e fome
e isso
para bovinos como nós
é mais do que necessário
® Rubens da Cunha
5 comentários:
bela poética, gostei!
vontade e fome
é preciso sabermo-nos assim...
Muito legal este poema. Imaginamos um cenário de fazenda, curral, animais. Até que vem a surpresa "bovinos como nós". Muito bom.
Passando pra rever-te.
Abrsços!
seu poema esculpe a vida...a maternidade...parabéns
eu gosto muito
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