08 maio 2007

eia
mulher de costados largos
alimenta teu bezerro de barro
tua decantada cria

mitiga-lhe a sede
mantém o sebo de suas costas

na estrebaria
no cocho
onde tua baba
se mistura ao sal e capim
onde tua cola
espanta varejeiras
e teus cascos
afundam na lama dos dias

eia mulher
vanglorie-se
teu terneiro é todo
vontade e fome

e isso
para bovinos como nós
é mais do que necessário
® Rubens da Cunha

5 comentários:

Leandro Jardim disse...

bela poética, gostei!

douglas D. disse...

vontade e fome
é preciso sabermo-nos assim...

Fernando Palma disse...

Muito legal este poema. Imaginamos um cenário de fazenda, curral, animais. Até que vem a surpresa "bovinos como nós". Muito bom.

Passando pra rever-te.

Abrsços!

Anônimo disse...

seu poema esculpe a vida...a maternidade...parabéns

Anônimo disse...

eu gosto muito