06 fevereiro 2007

Palavras Emprestadas 2









C. Ronald lançou mais um livro













Afiando a barba e o siso até o cenho
mordo a navalha e o corte. Não recordem
as pregas duvidosas em desordem
nem essa boca rude que mantenho

bem distante do riso. Sombra nova
flui, não recua em cima da distância.
Sou algo mais de dentro para a ânsia:
só folhas soltas, vida antes da prova.

Na sisudez alada dos espelhos
modelo a situação com poeira interna,
não encho meus defeitos com conselhos.

Ah, treme no pavio a falta acesa
do inverno por faltar idéia eterna
(nessa pastagem branca) como presa.
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Melancolia é uma marionete sem tempo o
fenômeno que ferve em solidão chama-se
amor próprio
ego verde no último outono
escolha ligada ao meu sonho
trailer de asas
nessa época alucinada que deixa velho
o contorno da alma
nexo no ruido da porta nexo
no feio nexo na deselegância
nexo em ti
mas que acúmulo de ossada
no encanto

só a manhã seguiu o sol
confundindo o coração por fora
até as pedras nesse reino de solidez
não sabem mentir atiradas
o pó começa a fábula de quem acaba
levando pela mão somente o nada

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C. Ronald em "Caro Rimbaud" Para saber mais do poeta vá até a casa dele: AQUI

3 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Desconhecia o autor,vou lá conferir.

hábraços

_vera_ disse...

o seu canto/epitáfio/elegia à 'voragem das mulheres' em www.seg2.blogspot.com. abraço

Anônimo disse...

Amei a indicação....bjus para ti...