Eu dei brasas para as rãs confundirem com vaga-lumes e engolirem a luz por engano.
Eu cirurgiei muitas cobras-cegas, eram tão estúpidas.
Eu destruí ninhos e ninhos de anus.
O que fazer se a idade adulta me deu piedades?
Se hoje, espanto mariposas, vespas, formigas do meu açucar,
mas não mato estes incômodos vivos?
Depois de crescido, transferi-me ao ínfimo,
ao universo rasteiro dos insetos e anfíbios.
Agora é Deus quem joga as brasas.
Tenho o esôfago em carne viva.
Sempre acredito que sejam pirilampos.
Ainda tenho certas ingenuidades.
As queimaduras internas eu agüento:
ter carvão no estômago aplaca em muito a fome.
® Rubens Da Cunha
5 comentários:
ora Deus, qq k seja a designação tem + k fazer. Nós é k criamos braseiros onde ardemos ou deixemosk outros nos queimem. Bj d eluz e paz
onde expiarei a minha culpa pela morte das cigarras?...penso agora que fui uma menina má...
Maravilhoso!
Abraços do *CC*
eis uma das que eu queria ter escrito.
abs.
Andas lendo muito Manoel de Barros? :)
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