16 dezembro 2005

Desgoverno

Eros corrói-me
Não o desejo sangue dos menores
ou o ventre púrpuro dos grandes
Eros corrói-me ácido na seda
enchente nos jardins
fogo nos eucaliptos
Aos poucos
aos pormenores da dor
Eros desgoverna o que necessito de ar





® Rubens da Cunha
do: livro inédito: Casa de Paragens.
Ilustração: Tômatsu Shômei

10 comentários:

douglas D. disse...

corrosão vertiginosa - a vitalidade extrema, desenfreada qu não deixa nada no seu devido lugar

Anônimo disse...

sim cabra: que a pele arda no primeiro encontro. a língua feliz possa ensaiar outro encontro. abraços

Anônimo disse...

Olá Rubens,
Que intensidade e habilidade com as palavras.
Especialmente os versos de Deixar são belíssimos.

Claudio Eugenio Luz disse...

Como Eros, atinge os corações sem meias palavras!
.
hábraços,claudio

Anônimo disse...

Rubens, obrigado pela visita ao meu blog. Agora fico sabendo da sua casa, dos seus textos, dos seus poemas... dessas paragens poéticas. Grande abraço, e estarei sempre por aqui.

Cláudio B. Carlos disse...

Belo poema!

Helena disse...

"Eros corrói-me ácido na seda" que bonito isto!
Eros me desgasta e mata e renasço. Fazer o que?

beijos felizes de não ter mais a palvra estrangulada,

Helena

Anônimo disse...

Sangue e ventre e as coisas que me amo, porque se próximas. Sem Eros primeiro, sem Ar segundo: tenho atmosfera da semana em fim -a sintaxe fudida semanticando ondas e segredos exilados.
É isso aí, guri! aos pormenores!os pormenores, rei pirulitado!

Anônimo disse...

E, além do que já foi dito, gostei também da formatação visual do poema: um cálice. Que tipo de bebida corrosiva conterá? Ab.

Kimu disse...

Bela construção e imagem. Pra corroer lá nos pormenores da dor, e desgovernar quem sabe alguns pulmões por aí...Bjos.