10 dezembro 2005

Deixar



o olhar aberto revela meus abusos
Sou um homem quieto
afeito a perdas
quedas
tenho os joelhos gastos
de tanto pecado
a boca cheia de tanto prazer
Tenho as costas
maceradas no ódio
o peito vincado no amor
morro porque não quero
vivo porque me deixam






® Rubens da Cunha
Ilustração: Artur Bual

11 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Nossa, Morro porque não quero / vivo porque me deixam. Poema forte, resignado e extremamente doloroso.
.
excelente
.
hábraços,claudio

isabel mendes ferreira disse...

sempre a caminhar para o "melhor". abraço. deste lado do mar.

Cláudio B. Carlos disse...

Belíssimo poema, amigo.


Beijos

CC.

Anônimo disse...

belíssimo poema :)
"morro porque não quero / vivo porque me deixam"
final fantástico!

abração, íta.

Anônimo disse...

sempre bom ler-te!..
beijo

Kimu disse...

Um porma-moribundo e uma ilustração trsitemente bela. Ambos de babar! Bjos.

Anônimo disse...

a vida é meio um não querer...

um beijo

Lucimar Justino disse...

Caro Rubens Cunha,

conversando com o Cláudio Carlos no MSN ele me falou de vc, resolvi dar uma passadinha pelo seu blog e que maravilha, heim!!!! Adorei, kara. Voltarei sempre por aqui.

"vivo porque me deixam", chave de ouro abrindo o mundo das palavras, o reino da poesia, o universo do possível.

Abraços,

Lucimar Justino

Anônimo disse...

Poema muito bonito. O desenho também. Parabém pelo bom gosto do blog.

Conceição Paulino disse...

o "olhar aberto". porta aberta. casa livre e franca para todos olharmos, vermos, passearmos...Os porquês das coisas. ao contrário do normal entendimento...Bjs e :)

Conceição Paulino disse...

o "olhar aberto". porta aberta. casa livre e franca para todos olharmos, vermos, passearmos...Os porquês das coisas. ao contrário do normal entendimento...Bjs e :)