22 dezembro 2005

Angústia - Mito Impreciso

1

Velejar à morte:
ilha musicada em fúria,
escopo e derrota.

Coral náufrago do nada,
anoitecerei Netuno.


2

Homem feito pedra,
Sísifo desconhecia
o céu da renúncia.

Quanto a mim, deu-se o castigo
de construir-me à desistência.


3

Pastor de visões?
No disfarce de Proteu
saber da resposta.

Se a pergunta me confessa
crucifico-me na insônia.


4

Aristeu, o traído,
arrependeu-se da dor
diante da inocência.

Em mim, Eurídice pisa
na serpente da angústia.



® Rubens da Cunha

12 comentários:

douglas D. disse...

muito bom! muito bom mesmo!

Anônimo disse...

,velejar. viajar. contar & assim poetar.
|abração e boas festas|

Anônimo disse...

meu querido...

como passar 2006 sem dialogar poeticamente (ou não) com você!!???
Feliz natal

e um ano novo de sucessos!

mil beijos

day

Anônimo disse...

Rubens
Que seja um novo ano cheio de esperanças.
Beijo natalino

Anônimo disse...

cheio de referências que, infelizmente, desconheço ou conheço de ouvir falar.

Isso é a maior angústia pra mim.

Mas é bom. Muito bom.

[jb]

Anônimo disse...

excelente. angustiadamente belo.

um natal de plenitude e conforto, poeta.

saudações

Cláudio B. Carlos disse...

Olá Rubens!

Passando por aqui para desejar um FELIZ NATAL.

Abraços do CC.

Anônimo disse...

grande texto..beijo e tudo de bom para 2006

Kimu disse...

Belo na dor. Blo na angústia. e Belo na poesia. Trinca das boas essa! Um gde beijo e obrigada pelas sempre gentis palavras.

isabel mendes ferreira disse...

b.e.i.j.o.

Anônimo disse...

belos! os dois primeiso então, me encantam.

um beijo.

Anônimo disse...

Rubens, você exagerou, superou Homero e apanhou Aquiles pelo calcanhar. Tudo de bom no ano novo é o que desejo para você e seus entes queridos. Fico aqui de cócoras pensando na chuva que cai lá fora.