18 outubro 2005

O Rancor - última das partes


Dizer aos tornozelos as mazelas
do rancor, mas antes que a boca chegue
aos pés para depositar segredos,

pesar a cada mão os infortúnios
sobrantes do vício. Curvar a espinha
com cuidados de culpado. Talvez

ocorram acidentes no decurso
insidioso de humilhar-se ao chão.
Talvez os entraves do orgulho corram

por entre as vértebras do rancoroso,
que feito de matéria pouca, pouco
pode suster os motes da renúncia.

® Rubens da Cunha
Ilustração: Jorge Salort

5 comentários:

Cláudio B. Carlos disse...

Oi Rubens!

Excelente poema, teu RANCOR. Fchaste-o muito bem.


CC.


P.S: Sobre o comentário lá no BALAIO: às vezes também penso assim...

Kimu disse...

Caríssimo Rubens,
Acompanhei cada uma dessas partes. Mais uma vez ilustração e texto em sintonia perfeita. Tapa em forma de poemas. E em partes. Abs meus.

Anônimo disse...

Seu blog é belo. Os textos e as imagens são maravilhosos.

Claudio Eugenio Luz disse...

O ciclo está se fechando. Diante de uma pessoa que, pouco a pouco, vai tomando consciência de sua situação e, lentamente, abaixando-se para os ditames dos sentimentos.
..
hábraços

Anônimo disse...

Pois então: curvo minha espinha com cuidados de culpado, em reverência.
abraço, meu guru!