31 outubro 2005


escondo os poros nos porões
ou em canto qualquer
que não se veja

o meu destino
é disfarçar
as escondiduras
da casa e do corpo

faz tempo que não
abro as janelas e as pernas

faz tempo que não enxergo




® Rubens da Cunha
Ilustração: José Roberto Aguilar


9 comentários:

Anônimo disse...

Rubens, um trabalho introspectivo. Gostei da leitura. Beijinhos.

Anônimo disse...

poema que parece estória...gostei muito! um abraço

Anônimo disse...

"Escondo os poros nos porões" e "o meu destino é disfarçar as escondiduras da casa..." são achados, Rubens...não, são pérolas perdidas. Putz!

Claudio Eugenio Luz disse...

O meu destino é disfarçar... Meu caro, nos porões ou nos poros dos porões a luz pode até chegar, porém até quando aguentaremos esperar?
..belas palavras
..hábraços
.claudio

Anônimo disse...

o tempo é chumbo, Rubens.

Saudações do Cárcere

Kimu disse...

Faz tempo que não se enxergam tantas coisas...Um tapa. Abs.

Cláudio B. Carlos disse...

Oi Rubens!

Belo poema!


1 BALAIO de abraços.


CC.

Anônimo disse...

posso postar lá...algo teu?

Xavier disse...

faz tempo que as luzes da cidade estão muito tristes.
faz tempo que o Sol não toca o sorriso das crianças.
faz tempo que a Lua não deixa de chorar.
faz tempo. talvez.
apenas isso.
tempo.

que há no tempo que não possamos tocar?

em que momento o tempo não existe?

como adivinhar perceber divisar a vida?

a vida o tempo a forma em que tudo é este instante que passa.

(um abraço desde a Galiza, Rubens, e parabéns polo óptimo trabalho)