13 junho 2012
palavra, tua caixa de ressonância já não sonha tanto
por que?
por que sei dos teus clichês dentro daquela cuia?
aquela feita com catuto
palavra, por que nomeasses aquela falsa abóbora, aquela falsa melancia
com nome tão estranho?
por que te colocasses lá dentro e não aqui,
nos meus catutos de baixo e de cima?
palavra, minha irmã H já anda me assombrando
porco poeta que não me sei
corpo oco que não me tem
e nada dos teus reverbérios, aqueles que me faziam gozar atrás das árvores
lembra palavra, quando eu engolia tudo para não contar à mãe, à irmã, ao fantasma do pai
era tempo bom
quando tu não te escondias no catuto
mas sempre aqui, no estômago,
quando tu eras enzimada em mim
perdoa-me a loucura, a inutilidade
a falta de tato, mas nessa hora
o vômito é a tática do silêncio
Adeus, palavra...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
8 comentários:
Ah... Palavra...
;)
http://pulsarpoetico.zip.net
palavra, que bonito isso.
boa semana.
A palavra cala, mas nem por isso passam os vestígios da memória...
putz, vc táotimo cara, 10 pra vc!
muito bom essa!
Uma hora nós silenciamos... Muito bom. Seguindo seu blog.
o vómito é a tática do silêncio. muito bom!
Olá , gosto muito dos seus textos, você pode olhar meu blog também, dizer o que acha e indicá-lo?
condenação e salvação.
Postar um comentário