retorno
pródigo e filho
à terrapoema
retomo o perdão da palavra
ela é mãe e vaca
leite de todo jeito
remonto
as mulas que deixei
à beira do precipício
sei que estou
às vésperas de completar
a metade da vida
retorno
à casa de paragens
por mais que digam que não
um dia pode ser tarde demais
16 fevereiro 2011
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15 comentários:
E nós já estávamos ansiosos por retornar á Casa de Paragens.
belíssimo poema de retorno, meu caro.
abraços!
um retorno que tem uma tristeza de quase despedida..
nessaspalavras.
abs
A vantagem de se estar ás vésperas de completar a metade da vida é que o habitante dessa “terrapoema” aumenta ainda mais a sabedoria.
Não fique muito tempo sem distribuir esse leite, estou sempre de canequinha na mão a espera.
Deixo um abraço carinhoso pra esse quase quarentão!
Bjin
Rubens:
entra
a casa é sua, admito
e meu último rito
é vir de tarde
sentar à porta
e te esperar
ansiosa por carinhos e socos
esmera-te em afagar-me
agora afoga-me
com mel,leite,fel
que não mais me afugenta
a tua ausência
e vibro intensa
sob a tensa espera
de tua brandura violenta de poeta.
seja bem vindo, conterrâneo!
Filho do leite das palavras
e igual na tragédia dos poemas
que não dormem e nos adoecem, quando infecundos, bem-vindo ao leito das linhas.
Abraço,
Querido Rubens, em dívida com um poeta dos melhores que conheço, começo a saldá-la. Foi publicado no Cronópios o 1o de um conjunto de ensaios em que dialogo com vozes que me tocam. E vc está lá, junto a Adriana Versiani. Espero que goste como eu de fazê-lo.
Grande abraço, e bom retorno à Casa de Paragens.
invierno..
ana
Muito bom o blog está de parabéns.
Queria divulgar o meu
poesiasdocarcere.blogspot.com
Bom o poema.
Um abraço vou voltar sempre aqui.
Olá Rubens... primeiro deixe-me dizer que adorei seus escritos (principalmente o jogo de apropriações imagéticas que empregas), depois, dizer que estou começando também com um espaço para expor pensamentos e tudo o mais... se puder, gostaria da sua opinião sobre a minha produção... abraço
De fato, o retorno é sempre inevitável para o poeta e sua poesia. Que é inerente. Que é inesgotável.
Rubens, eu ando pensando como quem rumina destes versos antes de os ler. Pois é claro.
"ela é mãe e vaca
leite de todo jeito
remonto
as mulas que deixei
à beira do precipício"
É coisa de se levar adiante. Das palavras poucas que já ficaram quando dei de ver.
RUBENS,
AQUI ...MEU DIA NEM PARECE QUE "FOI COICE"
Grande bjo
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