desfilo fêmea pelos salões da realeza
eles me têm em alta conta
dizem que minha virilha depilada é vacina
os nobres surdam
os nobres me olham compaixão
sabem dos meus escorregadios
faço tudo: do silêncio à mentira
gostam de mim porque
sou sei dizer manhã quando anoitece
sou sei dizer águia quando bem-te-vi.
lavo milagres
levo escolhas
aceno a cada um deles com o cerne das coisas
não é fácil
às vezes fujo
às vezes me encontram chorando
pela falta
pelos cantos
tanta doçura trazem
que amorteço
amordaço
e corpo vasilha
recebo o que mereço
14 julho 2006
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7 comentários:
Rubens, muito bom esse poema. Gostei muito do fim: o corpo vasilha, como um recipiente onde qualquer um pode por o que quiser -independente de tudo. É isso aí, camarada!
para dizer que o texto publicado no legendas está fantástico.
beijo.
uau! forte. amei.
Muito bom! ;) Bjs
"gostam de mim porque
sou sei dizer manhã quando anoitece"; eita, que quando cala fundo é porque tocou.
hábraços
"aceno a cada um deles com o cerne das coisas
não é fácil
às vezes fujo
às vezes me encontram chorando
pela falta
pelos cantos"
aqui me encontrei. ^^
adorei!
Í.ta **
Enjoyed a lot! »
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