Casa 4
Aquele homem queria dos seus algozes mais que a surpresa nua do crucifixo, mais que a voz das mandíbulas bramindo ao sobrevôo de lástimas e caos. Caminhante de gólgotas, ele queria a cegueira por escolha, queria a visão de templos profanados na memória. Ressurrecto, não esqueceu dos pródigos no vento das parábolas, mas nada sabe do ódio que anda sobre quem salmodia tradições e não carrega a metade da cruz além do grito: “Elias, por que me deste o recomeço?”
Casa 3
O filho degredou-se por quarenta noites. Buscava os bálsamos do pai. Encontrou entre misérias e luxúrias o outro há muito sonhado. Não o pai, o outro que fora irmão nos campos idos do gênesis. Andavam em saudades os dois. Se houve mesuras, não se sabe. Soube-se apenas do ódio (construtor de interrogações em desespero) e do filho, que frágil, recusou-se humano, porque assim estava escrito: “Nas estâncias de Deus, somente aquele que despir-se do abismo perdoará a fome sem resposta dos incautos”.
Casa 2
Nas terras da Judéia, uma pecadora foi quase lapidada por deitar-se com a dobrez dos homens. Antes que sua morte começasse levaram-na aos olhos do Messias: “Mestre, a esta mulher confiamos nosso segredo: somos César, quando dentro de seu ventre guerreamos com as ventas do poder. Ela agora nos trai, pois se recusa ao fingimento que nos salva.” O Messias apenas disse: “A vossa salvação estava no ódio que percorreu cada esgar desta mulher. Os que foram salvos, podem matá-la”.
Casa 1
O Hebreu Eliaquim chegou cansado em casa. Comerciava a fé em jaulas no templo da cidade. Vendia bem esses animais invisíveis, fáceis de fuga, mesmo que domesticados. Mas naquela manhã, um certo filho de Deus atravessou em ódio o templo gritando escritos que Eliaquim já não lembrava mais: “A casa de meu pai não será palco de ladrões. Os que aprisionam a fé serão expulsos do banquete final”. Eliaquim vendo seus animais livres, não verteu lágrima. Amanhã os caçaria novamente.
Nas terras da Judéia, uma pecadora foi quase lapidada por deitar-se com a dobrez dos homens. Antes que sua morte começasse levaram-na aos olhos do Messias: “Mestre, a esta mulher confiamos nosso segredo: somos César, quando dentro de seu ventre guerreamos com as ventas do poder. Ela agora nos trai, pois se recusa ao fingimento que nos salva.” O Messias apenas disse: “A vossa salvação estava no ódio que percorreu cada esgar desta mulher. Os que foram salvos, podem matá-la”.
Casa 1
O Hebreu Eliaquim chegou cansado em casa. Comerciava a fé em jaulas no templo da cidade. Vendia bem esses animais invisíveis, fáceis de fuga, mesmo que domesticados. Mas naquela manhã, um certo filho de Deus atravessou em ódio o templo gritando escritos que Eliaquim já não lembrava mais: “A casa de meu pai não será palco de ladrões. Os que aprisionam a fé serão expulsos do banquete final”. Eliaquim vendo seus animais livres, não verteu lágrima. Amanhã os caçaria novamente.
® Rubens da Cunha
7 comentários:
Obrigado, de coração, pelo que vc escreveu lá no blog. Saiba que aqui, naquilo que escreves, encontro muito de mim. É bom sentir proximidade, mesmo que sejamos de regiões tão distantes.
abs.
aceitaria meu pastor esses motes para os sermões de domingo !
não, não
não tentarás o medo do próximo...
[jb]
pqp, Rubens! imensos na sua aparente pequenez.
clap! clap!
um beijo daqui.
Estou tendo problemas com o blogspot, não sei se meus comentários estão sendo postados, em todo caso, escrevo novamente: embora sejam 4 casas-contos separados, eles possuem um unicidade interna.
hábraços
Beijo Rubens e obrigada por tão lindos escritos.
Beijo Rubens e obrigada por tão lindos escritos.
kasino!? morri! muita mágoa, rubens. Muita mágua Maguary (daquelas bem concentradas) :P
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