14 outubro 2005

O Rancor - 3ª Parte


O rancoroso atravessa as pessoas
sem olhar para os lados. Desconhece
as pernas aleijadas de obsessão.

Tampouco, reconhece nas costelas
qualquer resquício de atropelamento.
O rancoroso pouco se lamenta.

Pouco se mostra hábil ao descanso,
pois caminha demasiado no encalço
daquele que o quis vasilhame de ofensas.

Pouco pensa em desistir-se aos escolhos
da indulgência. O rancoroso escolheu
honrar-se à paciência vesga dos trágicos.
® Rubens da Cunha
Ilustração: Jorge Salort

7 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Pouco a pouco o rancor vai se instalando, depois fica quase invisivel, quase imperceptivel.Atravessa as pessoas sem olhar para os lados.

..

belo

Kimu disse...

Uau! O que dizer para vc, caro Rubens? Abs.

Anônimo disse...

Pô, Rubens! Dá pra parar um pouco? Cada vez que leio teus poemas me dá vontade de rasgar os meus e atirá-los, assim rasgados, aos urubus...(olha o rancoroso aí...rs).
Tá uma belezura essa Casa aqui.
Abração.

Cláudio B. Carlos disse...

Oi Rubens!


Muito bom!



CC.

Anônimo disse...

Rubens, nao te conhecia ainda. Prazer. Parabens pelo poema. Muito lindo. E a imagem utilizada tambem.

Fernando Palma disse...

Muito bom. E é tudo verdade!
Parabéns pela beleza das metáforas e pela sensibilidade.
Abraço.

Helena disse...

Rubens, amado, lindos seus poemas, tudo é lindo aqui. E as ilustrações: maravilhosas! É sempre uma viagem visitar sua Casa.

beijão,

Helena