08 setembro 2005

Filmes da Semana

Amanhã é dia de estréias no cinemas da província.
Tomara que eu não fique mais uma semana sem ir à sala das ilusões.
Nesta semana vi estes filmes na ilusão menor do DVD e do VHS.

Má Educação. De Pedro Almodóvar.

Um Almodóvar menor, mas mesmo assim um Almodóvar. Senti falta do humor e da ternura tão bem equilibrados nos filmes anteriores. Acho que ao levar a história para perto de sua vida pessoal, Almodóvar ficou com algum tipo de receio e fez um filme frio. Definitavamente, Gael Garcia Bernal tem que ser assisitido de joelhos.





Whisky - de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll

Uma pérola vinda do Uruguai. Três atores em cena: Andrés Pazos, Mirella Pascual e Jorge Bolani fazem um filme de silêncios e tristezas. Um filme com humor nervoso, constrangedor, daqueles que dá vontade de agarrar os personagens e fazer com que eles tomem uma atitude mais radical. Um retrato, não só do Uruguai, mas de toda a vida vítima da rotina, da massificação. A atriz Mirella Pascual é um achado. Um dos melhores filmes latino americanos que eu vi até hoje.


Memórias Póstumas de Brás Cubas de André Klotzel

Transpor a obra-prima de Machado para o cinema não é tarefa fácil. Klotzel optou por um caminho acadêmico, certinho demais, com um Reginaldo Faria até competente, mas sem a verve do Bras Cubas literário. Infelizmente o filme se tornou uma espécie de resumão para vestibulandos e acadêmicos preguiçosos.






Anjos Caídos de Wong Kar-wai

Junto com Almodóvar, o chinês Wong Kar-wai é um dos meus cineastas favoritos. Um experimentador de linguagens. Filmes como "Felizes Juntos" e "Amor à Flor da Pele" são obras-primas de poesia visual. Este Anjos Caídos é de 1995. Mostra uma Hong-Kong noturna, chuvosa, com os personagens errantes e solitarios (uma obsessão de Kar-wai) em busca de algo que nada, nem cidade, nem família, nem o amor oferecem. Tudo isso num ritmo frenético, tenso. Soco básico no estômago

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E Lá Nave Va de Federico Fellini

Vou ter que falar sobre este filme no "Salve o Cinema" da Univille. São tantas as referências cinematográficas, históricas, musicais que Fellini usa neste "E la nave vá" que é quase difícil saber por onde começar. Além disso tem todas as suas, digamos, idéias fixas: os personagens bizarros, o sonho misturado à realidade, o choque que o inusitado provoca, a poesia visual constante, a meta-linguagem. Um filme de um Fellini maduro, consciente de seu poder artístico e inovador.

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