01 setembro 2005

Cenas de um Casamento


Falas esparsas do roteiro "Cenas de um Casamento" de Ingmar Bergman
Tradução: Jaime Bernardes
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"Johan: Pensando bem, eu deveria era estar paralisado de medo, pelo menos é isso que eu acho. Por isso não penso. Eu gosto deste velho sofá de bolinhas e daquela lâmpada de querosene. Me dão uma ilusão de segurança que é tão frágil que chega a ser quase cômica. Gosto de Paixão segundo São Mateus de Bach, apesar de não ser crente, pois essa obra me desperta sentimentos de santidade e de devoção. Sou extremamente dependente do convívio intensivo com nossas famílias, pois isso me relembra as sensações da infância, de estar defendido. Gosto das palavras de Marianne sobre humanismo. É bom para a consciência preocupar-se em ocasiões totalmente erradas. Eu acho que é preciso ter uma espécie de técnica para poder viver e estar satisfeito com a vida. Na realidade, é preciso treinar muitíssimo bem em não se preocupar com isto e com aquilo. Admiro sobretudo aqueles que sabem aceitar a vida como uma piada. Eu não consigo. Não tenho humor suficiente para tais mágicas."
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"Sra Jacobi: Sim, é de meter medo mesmo. É de fato uma coisa muito estranha o que acontece. Os meus sentidos, quer dizer, o tato, a vista, o ouvido, começam a me trair. Eu posso dizer, por exemplo, que esta mesa é uma mesa, eu posso vê-la, eu posso sentí-la. Mas as sensações são magras e secas, se é que me entende.


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"Johan: Boa noite
Marianne: Boa noite, meu amor.
Johan: Você acertou o despertador?
Marianne: Sim, eu me lembrei disso, de fato... (pausa) Johan! Se você acha que devemos fazer amor...
Johan: Obrigado pelo convite, mas agora vou dormir. Boa noite, querida.
Marianne: Boa noite. Durma bem."
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Em breve, novas fala esparsas destas Cenas.

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