Eu vi uma nuvem.
Eu disse:
- Vira tigre, nuvem!, ou então vira peixe, formiga, cavalo-marinho!
E a nuvem teimosa retrucou-me:
- Sou nuvem, querido, nuvem! não me venha com animalidades terrenas. Sou alta e etérea, querido, alta e etérea! Por que será que você tá aí embaixo, mínimo, com a cabeça levantada, tentando me animalizar? Olha pra você, seu incapaz de vôo!
E a nuvem virou-me as costas e seguiu, alta e etérea.
Eu me curvei humilhado e mais humilhado fiquei quando percebi um bando de borboletas rindo da minha cara.
27 maio 2008
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4 comentários:
Nossa,
esse foi lá no fundo. Melhor mesmo é aceitar que cada um é como é. Melhor ainda é aceitar-se como se é.
Gostei da reflexão que a mim propôs.
Poeta... desejar o que não pode... mesmo mudanças... atitudes... esse talvez seja um grande mal do bicho-homem... querer do nosso jeito sempre né? é pra se pensar, Poeta... pensar...
bjos Poeta
Teus contos me fizeram lembrar do escritor Wilson Bueno, cuja obra passei a conhecer recentemente.
Hoje vim aqui pra dar parabéns pela crônica no A Notícia desta quarta. Há livros que foram escritos para serem (re)lidos.Este que comentas hoje é o caso.
Parabéns Rubens!
paulada!
Estou adorando estes contos.
parabéns!
abraços,
Í.ta**
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