Nada de ponte,
luz, túnel.
Penso gaviões,
tartarugas,
elefantes.
Animais são evoluções.
São eles que nos levam
para o outro lado.
Nada de construções humanas,
de campos limpinhos e jardinados.
Penso Amazônia,
Saahra,
geleiras do norte e do sul.
Nas estepes.
No Everest.
É para lá que as almas seguem.
Nada de nuvem,
anjos imberbes,
um velho senhor
sentado nas alturas.
Penso sangue,
tornado,
caverna,
magma.
Deus está nos quentes,
nos vermelhos escuros
que precedem a morte.
Nada de lágrimas.
Penso neblinas.
Nada de luto.
Penso alfabetos
recitados por crianças.
Nada de morte
penso avessos,
costura de veias,
verberações inquietas.
Os sempres é que nos anseiam
depois de finda a respiração.
® Rubens da Cunha
No livro "Cordames & Cordoalhas" esse poema com ilustração de Regina Marcis. Bem over e cristã, como eu gosto...

4 comentários:
Oi, Rubens
Bom ver que está publicando. Você é um grande escritor.
Sempre venho por aqui apesar de não deixar rastros.
Parabéns.
UK
lindo poema, tentarei adquirir o livro...bjus
que projeto...que projeto!!
tu surpreendes; tua poesia alimenta-me.
abs.
Felicidades para o livro
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