25 julho 2006

E Todo

chove:
milhares de formigas morrem
futuros pássaros são desistidos
brotos não se conhecerão árvores
teias serão paisagem

chove:
minha vida conflui para o abismo
e todo
água
barro
ovo
teia
broto
formiga
me atiro alma adentro


® Rubens da Cunha

8 comentários:

Anônimo disse...

Belezura, Rubens! Ficou ainda melhor como poema!! Grande abraco!

croqui disse...

Muito bom, como aliás o blog em geral!
mas tenho q passar cá com mais tempo!

Claudio Eugenio Luz disse...

Rapaz! Que coisa! Imagem dilacerante!

hábraços

Anônimo disse...

alma adentro é vida pra mim.... tudo que tem alma...renasce!
um beijo

Luzzsh disse...

Difícil são os instantes úmidos em que chove mais "alma adentro" do que fora....é preciso estar sempre pondo (tentando ao menos) a alma pra tomar sol, não? Faço isso aqui.(Ah, e fiz também agora há pouco ao assistir mais uma vez a mesma-Macabéa-outra no palco).De alma seca e sol, deixo um beijo.

Ivã Coelho disse...

Chove muito
e nas aguá
às vezes
revivo
, reticente
, infinito...

Gostei das suas paragens.

Influenciadoras.

Congratulações.

Anônimo disse...

Em verdade vos digo, insecto, cabana, carne líquida, a minha próxima paragem é o meu rosto escavado dentro.
abraços.

Fabio Rocha disse...

Nossa, adorei esse. Final perfeito. E um quê de Manoel de Barros. Abraços