Profetas ofendidos.
Uns escravos amantes do fogo
Um disfarce-mulher
enlameia meus solados de chumbo.
Algum suor que me é de direito.
Ombros frios.
Eleições sob rifles.
Gelo nos cometas.
Barcos mortos no Egito.
Velhice antecipada.
Silêncio fazendo ninho nos olhos.
Pedra e caminho como no dizer daquele.
Eu sou dedos.
Riso-metade.
Totem de carne fácil.
Minto: dentro de um sexo-cofre bem guardado, nada existo.
® Rubens da Cunha
Poema feito a partir
da leitura incorreta
de uma frase no
blog de um dos meus
iguais na tragédia: Douglas
13 comentários:
Dói!!! Dor.... Quem sabe com uma ANA dor passe? Esperança refestela o coração, dá forças... só assim caminhamos... abraços
Bom dia Rubens....(foi antes um "grito"de revolta e de cautela perante ataques repetidos de falsos piratas de blogues...!)e como sempre festejo a beleza sábia dos teus textos...
beijos.
"Sou um o quê? Um quase tudo"(Clarice Lispector) se somos quase tudo, somos também o nada né?
um beijo
Rubens
Quando o silêncio faz ninhos nos olhos, nada mais há que ser dito. Encerra-se aí e nesse vão de aninhar-se quietude também principia todo o poema.
Parabéns, adorei.
Gosto muito do que e daforma como escreves...coloquei um link do seu blog no meu. Grande abraço
muito desconexo como a vida. Logo real na irrealidade. Bjs e bom restito de semana
muito desconexo como a vida. Logo real na irrealidade. Bjs e bom restito de semana
Rapaz,suas construções são profundas:Silêncio fazendo ninho nos olhos. Belo!
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hábraços
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claudio
Oi, Rubens! Desculpe, ainda não tinha visto este seu comentário no Albergue. Pois é, para quem não está nos grandes centros é tudo mais difícil. Mas não impossível. Vivemos dias em que as distâncias já não são tão grandes quanto no passado. E acredito que a internet é, nesse novo contexto, um instrumento fundamental para a aproximação destas fronteiras. Rio e São Paulo são hoje, como no passado, O CENTRO da vida do país. São seu coração econômico e, por conseqüência, onde atividades culturais como a literatura encontram maior repercussão. As grandes editoras estão lá, a grande mídia, os eventos mais importantes, etc. Agora, penso que não é com a defesa de um regionalismo anacrônico que nos faremos notar. O mundo é outro. As questões são outras. E a a literatura contemporânea, independente do lugar de onde proceda, deve ver mais longe. O exótico do regional pelo regional já não tem mais vez. Como antes, me parece. Precisamos, além de primar pela qualidade do literário, procurar superar nossas fronteiras e, repito, a internet é um instrumento importantíssimo quanto ao último quesito. Bom, é isso.
Caro rubens, foi bom falar contigo. Volte sempre. Eu e o Albergue aguardamos sua próxima visita. Um Abraço!
Dor-delírio que nos habita cada mínimo espaço. Dor-delírio que cresce, sem pressa. Faminta.
Muito, muito bom. Mesmo!
Poema-inteiro. Belo! Bjos.
"Eleições sob rifles.
Gelo nos cometas.
Barcos mortos no Egito"
Barcos mortos por toda parte - naufragamos. Mas linda e poeticamente.
beijo,amado,
Helena
Rubens,
pois é, caramigo, às vezes da leitura torta de um poema nasce outro... somos alfaiates literários... isso não significa dizer que plagiamos. Quero dizer que a criatividade está em reinventar, em recriar. É assim que, feitos galos, vamos "tencendo a manhã" numa rede de sensibilidades e comoções.
Abraços!
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