1
ouço a volta
a carne de pescoço
o osso buco
meu embargo nada faz
eu nado amargo no sangue
enquanto nossas bocas se cruzam
como se fossem cães, escadas,
ou venenosas bocas cristãs
2
arrependo-me de cada passo
de cada pastagem que me fiz
3
ouço a saída
herdo o dente agudo
a saliva
o sorriso malcriado
acrescento tudo
às minhas pernas domésticas
e caminho insone
cama adentro
calmo
até a próxima mentira
ouço a volta
a carne de pescoço
o osso buco
meu embargo nada faz
eu nado amargo no sangue
enquanto nossas bocas se cruzam
como se fossem cães, escadas,
ou venenosas bocas cristãs
2
arrependo-me de cada passo
de cada pastagem que me fiz
3
ouço a saída
herdo o dente agudo
a saliva
o sorriso malcriado
acrescento tudo
às minhas pernas domésticas
e caminho insone
cama adentro
calmo
até a próxima mentira
Ilustraçao: Alberto Giacometti
8 comentários:
passei e deixou um beijinho*
Não há culpa nos caminhos
refazemos o percurso sempre
eis a vida.
belos versos
olhar de espectador
vencido.
aqui saudades suas.
Beijos
Maeles
e não é isso que fazemos quase e sempre?
beijo
Que bonito... (sem o ponto de exclamação, para não parecer surpresa... nem espanto)
Abração.
complicado
do carai...
matasse a pau, como sempre.
teus versos são de uma força encantadora.
abraços.
muuito bom, para não variar
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