A carne do passado é
amarela transparência.
Repousa entre rusgas,
coices e outros espinhos.
É uma carne incorpórea
- não morta -
pois que se abrasa na
memória, na construção diária do ninho.
A carne do passado é
escassa e por isso ouro,
fino ornamento do
desejo no centro cercado de escuros.
A carne do passado
reluz, avessa ao esquecimento.
Sabe que em sua pele
sempre habitarão pássaros:
- os longos pássaros
do futuro -
3 comentários:
Rubens,
Adorei o poema, pois fuço a carne do passado sem pudor, embriago-me com seu cheiro e com sua pútrida matéria, afinal, sou historiadora...
beijo!
Carne, para quê, se viro pó! Poema visceral o dentro e o fora da matéria.
Bastante imagético seu poema, cadenciado e primoroso. Um salve ao talento!
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