a nudez me deflora
meu pau em estado vegetativo desarma a pouca hombridade que me resta
o reumatismo evidencia a ruptura
os rompantes duros de antanho são memórias
histórias inaptas ao devir
tenho medo e silêncio
nesse domingo fragoso
tenho vísceras presas
no quarto de banho
tenho carregosos espasmos quando nu
sei de meu corpo desinchado
dos poros ocos
das pleuras e cardiopatias
desse retumbar por dentro
entre catingas: boca estômago intestinos bexiga pés sovaco
tudo exala a violência incolor da morte
porta de vidro para o invisível
05 setembro 2010
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6 comentários:
que cenário, rubens!
e o nome/título que vem para contradizer, quem sabe.
grande abraço!
Ai Rubens!
"tudo exala violência" nesse poema.
Por que é que eu gosto?
Vc e essa sua capacidade de me fazer querer cortar os pulsos!
Um abraço!
Querido, saudade...
E Quando ela vem dilacerando, faço um pouso, incógnita, nesta tua "paragem". E me reconforto e energizo da beleza e profundidade da tua obra.
ISso é bom demais!
BEijos em sua alma, poeta!
nas úlceras cheias de saliva
acompanho a valsa.
língua espumando.
sua obra é bela!
bjs...
saudades
Parabéns, muito impactante! Abraços, Jorge.
Excelente, Rubens, assim como teus crassos porcos.
Fico contente.
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