dentro do joelho
no entre as virilhas
na cova umbigo
talvez na quinta vértebra
entre um e outro ouvido
no prepúcio
calcanhar
dedos da mão
pelos da cara
no curvo coração
ou no reto
no diafragma
ou na testa
sob a pápebra
atrás da retina
vasculhe, vasculhe
esvazie as veias se preciso
limpe o intestino
os rins
o fígado
a glote
vigie o tutano
os nervos
vasculhe, levante
sacuda, abra
pulmão
testículos
próstata
sola do pé
não desista
insista, vasculhe
perscrute
que é palavra melhor
que está em algum lugar
não cague
não cuspa
não vomite
não retire
ceras
ramelas
os sem nome do nariz e dos baixos
deixe tudo dentro
até encontrá-lo
quando acontecer
extirpe
rasure
e o abandone ao próximo corpo
01 julho 2010
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10 comentários:
uma construção tua em bastantes versos, curtos e que se estendem para baixo.
gostei muito!
abração.
Criando um poema corpo.
UAU!!! Eu adorei isso!
O poema que prende o leitor, você não dá atenção a nada até que termine de ler, parabéns, ótimo!
Tudo de bom!!!
cavando seu verso
o barro em céus.
Bjs
Maeles
muito bom!
mas meu recado é mais pra falar de um post antigo, que caí sem-esperar, pesquisando uma coisa no google.
Lá de 2006:
"Quando eu acordar e me perceber pedra atirada em pássaros, aceitarei, acertarei meu destino?"
bah, amei isso aí!
abraço
Caro Rubens,eu que agradeço a visita.
Conheçe a literatura de V. S. Naipaul? Passe em meu blog paraver algo.
Exauri a intensidade do poema e em segundos que li investiguei anos de mim.
Saudações.
Thiago Dominoni
Teu poema me leva à doce e estúpida contemplação dos grandes e pequenos vestígios daquilo que nos irmana
essa palavra sem rima:
carne
crua e exposta
tanto em blogs como em bancas de feira
ao menos aqui, ela bem cheira.
um abraço de carne e osso virtual
Olá,
informo que estou no http://amor-armado.blogspot.com/
nada mais de vivonacidade.blogspot.com
abraço,
maikon k
viXeral.
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