Homem-mulher-filho: desenhos feitos de ferrugem e carvão.
Naqueles ermos: nada amanhece realmente.
O menino suga o peito minguado da mãe.
A esposa está com as carnes mais moles do que era o costume.
Desinchou.
Não busca mais Deus na sujeira.
É mãe agora.
O marido terá que inventar um novo desejo.
Lembra-se da porca que fugiu do curral.
As orelhas do filho lhe parecem estranhas, mais brancas que o corpo.
- Nosso filho tem um nariz tão bonito, olha! diz a mulher - diferente. As orelhas também. Nosso filho será homem de botar inveja nos outros por tanta beleza.
O marido sai. Precisa achar a porca fujona.
16 maio 2009
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8 comentários:
ah esta mania de "amar o que nos falta"...
um beijo
Estou curiosa pela volta do pai...
* Caríssimo está lá no per-tempus a propaganda dos teus vertebrais, espia e diga se gostou,
bjos
Rubens,
Tô gostando muito desse conto.
Depois que terminar, você manda para mim na sequência.
Obrigada,
Bjs,
Adriana.
Estou ansiosa em acompanhar...entrei aqui bisbilhotando e então, cá estou a esperar o desenrolar da estória e as palavras de fino trato...
um abraço
mais uma fã
Marisete Zanon
Rubens, veleu, pelo apoio ao hacai!
abraços
Hélio
é impressionante, rubens consegue estar em constante estado de poesia...ou seria em estante postado de coesia?
felipedamo
Lindo!!! Que bom que indicaram essa relíquia virtual...
está maravilhosa esta série!
sempre bom passar por aqui.
abraço.
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