23 maio 2006

Lintania I

Inveja às mulheres e seus dogmas,
aos homens e sua tântrica violência.
Inveja de viver pensando pássaro
estando cru o desejo de ser vôo.

Inveja aos engenhos infantis,
aos espectros no rosto dos senis.
Inveja de viver pensando lobo
estando nu o futuro de ser cão.

Inveja às palavras habitáveis,
aos temporais desfeitos na cabeça
com a fuga contínua dos olhares.

Inveja aos cuidados da loucura,
aos gestos construídos no porão
com o cinzel agônico da morte.


® Rubens da Cunha

8 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Seu poema lembrou-me o filme "Agonia e Extase", com os pinceis na mão, o artista labutando para não decair.

hábraços

Anônimo disse...

Arrival-Date: Wed, 24 May 2006 01:59:43 -0400

Final-Recipient: rfc822; rubens712003@yahoo.com.br
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Edilson Pantoja disse...

Viva! Esplêndido!
Abraços de Belém!

Ilidio Soares disse...

igual ao Claudio seu poema me lembra um filme. mas não ao que ele menciona, mas a um outro. um filme que passa na cabeça de qualquer humano, principalmente se ele pertencer ao tipo masculino, um filme doido, doído, repleto de palavras e sem nenhuma continuidade e que os outros, os que não gostam de filmes, acham que é só vida. é só vida, Rubens. e é aí que o tal cinzel cumpre sua faina. belo soneto. belo não, completo.
abçs
Ilidio

isabel mendes ferreira disse...

inveja....:)


do teu dizer. isso sim.


abraço.

Anônimo disse...

caramba! com uma força e profundidade de afogar!
um beijo

Anônimo disse...

Vou me repetir ,Rubens. Cada dia vc fica melhor.bjos

Anônimo disse...

I say briefly: Best! Useful information. Good job guys.
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