10 novembro 2005

Filmes

O Agente da Estação
De: Thomas McCarthy
O "Agente da estação" é um filme minimalista, dentro do jeito John Sayles de filmar. Um destes achados nas prateleiras inferiores da locadora. O que poderia resultar num dramalhão, ou numa excentricidade, afinal o ator principal é um anão, resulta num filme de proporções humanas intensas. Peter Dinklage é Finbar McBride, um homem solitário, que não agüenta o peso do olhar alheio sobre sua estatura. Ao herdar um velho depósito às margens de um trilho de trem, Finbar acredita que pode unir as duas coisas que mais quer: uma vida isolada e a sua paixão por trens. Engana-se inteiramente, pois surgem Olivia Harris (Patricia Clarkson) e Joe Oramas (Bobby Cannavale) com suas respectivas solidões para se incorporarem na vida de Finbar.
Atuações contidas, roteiro enxuto, sem manipulação do expectador (esta praga do cinema americano) o filme vai se construindo à medida que a amizade dos três se consolida.
Da forma mais sutil possível, percebemos que cada uma destas pessoas melhorou um pouco, deixou de lado suas idiossincrasias e, se não conseguiram encarar seus problemas de frente, pelo menos pararam de fugir deles.
Apesar dos "indies" americanos já estarem também presos às fórmulas, vezenquando, surgem pequenas obras-primas, que servem para provar que o mais competente cinema do mundo ainda tem salvação, basta não gastar muito dinheiro.
Rubens da Cunha

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