Ultimo domingo do mês. A esposa na cama. Camisola diferente. Três minutos depois, a tarefa cumprida.
23 agosto 2008
Breve conto de maldade 1 - Cotidiano
- É aqui que tudo termina?
- Sim.
- Posso saber por que?
- Nada.
- Nada?
- É, nada, você se transformou em nada, então termina aqui.
Ponte distante da cidade. Rio cheio por causa das chuvas recentes. A namorada amarrada, pés, mãos, bem firme.
- Nada agora vagabunda! que eu quero ver!
- Sim.
- Posso saber por que?
- Nada.
- Nada?
- É, nada, você se transformou em nada, então termina aqui.
Ponte distante da cidade. Rio cheio por causa das chuvas recentes. A namorada amarrada, pés, mãos, bem firme.
- Nada agora vagabunda! que eu quero ver!
19 agosto 2008
Espera
Sala de espera.
Do outro lado daquela porta seu futuro breve dependerá da informação do médico:
sim, não.
Olha para a atendente,
as outras pessoas que esperam,
a televisão no alto, desenho animado,
os informativos pregados na parede,
um quadro estranho, um risco sobre um papel branco,
as tubulações do ar condicionado,
os computadores,
as revistas velhas,
a porta de vidro,
a porta da sala do doutor,
dali virá a voz que pronunciará seu nome,
acaricia o revólver dentro da bolsa, o futuro traçado.
Caso positivo, o tiro seria ali mesmo, na sala de espera.
Não esperaria a morte chegar, definhar seu corpo,
não agüentaria os olhares de asco e pena.
Um sim do médico seria um sim da bala atravessando sua cabeça.
Caso negativo, não iria sujar o piso branco do consultório.
O doutor não mereceria o escândalo e o susto.
Iria até seu apartamento, deixaria a porta aberta para que encontrassem seu corpo mais fácil,
talvez um bilhete explicando,
talvez apenas o resultado do exame negativo gerando dúvidas.
Ouve o nome,
seu nome,
a perna treme, respira fundo, levanta-se, entra na sala do doutor,
sente-se por favor,
olha a cadeira, branca como o uniforme do médico, bonito.
Então doutor, o que temos?
Sua própria voz chega aos ouvidos segundos depois de pronunciada.
O doutor mexe os lábios, parece cansado, está suando na testa, falou algo,
disse o quê?
O revólver esquenta a palma da mão.
O gatilho delicado pronto para o uso.
Só precisa saber se ali na sala de espera ou na sala de estar do seu apartamento.
Só disso precisa saber.
O médico está com o exame nas mãos, seu futuro.
Ela está com o revólver nas mãos, seu futuro.
Do outro lado daquela porta seu futuro breve dependerá da informação do médico:
sim, não.
Olha para a atendente,
as outras pessoas que esperam,
a televisão no alto, desenho animado,
os informativos pregados na parede,
um quadro estranho, um risco sobre um papel branco,
as tubulações do ar condicionado,
os computadores,
as revistas velhas,
a porta de vidro,
a porta da sala do doutor,
dali virá a voz que pronunciará seu nome,
acaricia o revólver dentro da bolsa, o futuro traçado.
Caso positivo, o tiro seria ali mesmo, na sala de espera.
Não esperaria a morte chegar, definhar seu corpo,
não agüentaria os olhares de asco e pena.
Um sim do médico seria um sim da bala atravessando sua cabeça.
Caso negativo, não iria sujar o piso branco do consultório.
O doutor não mereceria o escândalo e o susto.
Iria até seu apartamento, deixaria a porta aberta para que encontrassem seu corpo mais fácil,
talvez um bilhete explicando,
talvez apenas o resultado do exame negativo gerando dúvidas.
Ouve o nome,
seu nome,
a perna treme, respira fundo, levanta-se, entra na sala do doutor,
sente-se por favor,
olha a cadeira, branca como o uniforme do médico, bonito.
Então doutor, o que temos?
Sua própria voz chega aos ouvidos segundos depois de pronunciada.
O doutor mexe os lábios, parece cansado, está suando na testa, falou algo,
disse o quê?
O revólver esquenta a palma da mão.
O gatilho delicado pronto para o uso.
Só precisa saber se ali na sala de espera ou na sala de estar do seu apartamento.
Só disso precisa saber.
O médico está com o exame nas mãos, seu futuro.
Ela está com o revólver nas mãos, seu futuro.
11 agosto 2008
06 agosto 2008
Inverno
É inverno no trópico.
A Casa de Paragens oferece um pouco de melancolia e beleza neste agosto recém iniciado.
Flávio Venturini & Milton Nascimento - Casa Vazia
A Casa de Paragens oferece um pouco de melancolia e beleza neste agosto recém iniciado.
Flávio Venturini & Milton Nascimento - Casa Vazia
Vértebra 4 - O Riso Bíblico
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