Desusado, abuso os céus da noite caída. Um anjo pintado na parede. A verdade traça móveis e livros. Destroça-os. O que não li argumenta-se espera. Espúria conexão com o sonho. Nos rins, um álcool recém filtrado esmorece a oração. Raspo a pintura até chegar no osso. Era um anjo suicida e sem coragem, pediu que eu o matasse. Então, eu fiz a sua morte.
® Rubens da Cunha
Do Livro inédito "Casa de Paragens"
6 comentários:
(que raiva....que bom...que bem "sentido" e revelado...que...)
bom dia. amei. abraço.
Noto que em seus textos as referencias religiosas estão sempre anunciadas. Como nesta narrativa, onde os anjos estão decaídos.
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belas palavras, meu caro
.hábraços,claudio
olhe lá...parece que há mais anjos pintados na parede...
um beijo
"Raspo a pintura até chegar no osso"... estou quase sem pele já...
mto bom!
e o comentário da Valéria, então, rasteiro, um direto no queijo!
abraço
Íta.
há muitos anjos suicidas. Por aí se vão. perdidos em caminhos e descaminhos da vida. lindo este teu texto. Bj de luz
Muito bom!
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